[Desafio Criativo Nº2] - A bem da comunicação...vamos eliminá-lo | Dai Varela

5 de abril de 2012

[Desafio Criativo Nº2] - A bem da comunicação...vamos eliminá-lo

A frente revolucionaria já decidiu, vamos entrar e derrubar o regime. Na base desta decisão este todo o mal-estar causado nas comunicações. É mais duro do que impostos ser roubado na tua cara e você não pode fazer nada porque é uma necessidade básica. O Imperador PCA entrou no poder. Com os seus mandos e desmandos dava a população o quisesse. Inventou tarifas para pudesse aliena-los num discurso do tipo “vocês que estão a beneficiar”. Então a única forma de fazer o povo ter alegria era simplesmente eliminando-o e colocando outro em seu lugar. Outro que podia com justiça satisfazer as necessidades comunicacionais da população. 

Sete da manhã. Todos estão reunidos na sala de reunião da frente revolucionária. O presidente Estevão, com um semblante carregado, começou a tentar desviar os revolucionários do plano para a eliminação. Com uma boca doce conseguiu com que muitos desviassem do seu intento. Mas não César, homem destemido e fiel as suas decisões. Ele já tinha feito a decisão e não era agora que iria recuar. Pediu apoio dos presentes para levar avante o plano. Mas ninguém sequer deu ouvidos a ele. “Foram comprados! O que é isso?” Mas já sabia quem estava por detrás de tudo: o PCA, que com uma campanha de mentiras e publicidade enganosa conseguiu desviar a atenção dos seus mais ferozes inimigos. 

César saiu da sala. Sozinho em casa busca pensar no seu próprio passo. Lamentou que os seus amigos, em quem confiava, lhe tinham negado ajuda. Ao entrar na sede da frente começa a ouvir uma conversa animada ao telefone. A porta entreaberta pôs a ouvir e consegue perceber que Estevão está falando com alguém importante. Não querendo interromper fica encostado à parede perto da porta. Mas algo capta-lhe a atenção. “Sim, Sr. PCA”. Não podia acreditar que o chefe está contando qual eram os planos da operação para o próprio inimigo. Com o ouro entregue ao bandido César passa a ser o inimigo número 1 do PCA da CVT. 

Com isto a segurança do palácio foi reforçada e Cesar procurado. Agora não pode perder mais tempo e tudo o que tem para fazer vai ser feito sozinho. O plano é eliminar o PCA da CVT, mas o problema é como. Passa a noite e o dia refugiado fora do centro da cidade. 

Sete da noite e o Dia D chegou. Vestido com uma capa preta e armado ate os dentes pronto para cumprir o seu objectivo. Penetrou sorrateiramente em direcção ao palácio. As portas fechavam as oito e por isso tinha de ser rápido. Como costume o Imperador ficava no último andar onde jantava e deleitava antes e dormir. E sempre rodeado de guarda-costas. 

Ao chegar na cidade entrou num edifício já antes identificado. Era um prédio alto que ficava perto do palácio de onde podia ver suas cores branco com faixas azuis. Mas a beleza do palácio contrastava com as ordens que de lá emanavam. Tinha um grande pátio que era muito movimentado durante o dia onde as pessoas vinham cuidar dos seus negócios e adquirir senhas para comunicar. 

Num terraço do edifício com dois andares menor que os dezasseis do palácio do Imperador montou a sua espingarda M-107. Rapidamente conseguiu colocar o Imperador sobre mira já que do momento ele estava na varanda. Pronto para apertar o gatilho lembrou as regras do concurso: “O crime deve ser executado da forma mais criativa possível. Não é chegar e dar um tiro e já está”. Por isso pensou em chegar mais perto e dar um fim com estilo no imperador. 

Desceu do prédio e atravessou a estrada e chegou na praça que ficava em frente do palácio. E tinha que pensar rápido já que às oito os portões iriam fechar. E olhou para cima e reflectiu, “tenho muito para subir”. Ao entrar no pátio tentou entrar na porta principal e foi barrado. “Ninguém pode entrar agora”. Tentou a sorte com um dos guardas e um “não te conheço” foi a reposta de prontidão. Então foi para o lado de trás e entrou numa janela semiaberta. 

Entrou e subiu e subiu mas um bocadinho até chegar ao mesmo andar do Imperador. Decorria um baile de mascaras e conseguiu despir um convidado que estava bêbado que tinha ido fazer uma tentativa de mijar. A casa de banho ficava do lado de fora onde o baile estava acontecendo porque ninguém usava WC do Imperador. Ao entrar na sala viu que era grande com uma pista de dança e cadeiras coladas ao lado e na outra metade mesas de jogo para as pessoas apostarem. Cartões de saldo era o dinheiro que estes usavam e abusavam. 

O Imperador sentado na mesa de poker. Rodeado de guarda-costas César sentou na ponta da mesa e pediu para apostar outra coisa mais lucrativa. 

- Sim – concordou o Imperador. Mas o quê? 

– A tua vida pela liberdade do povo - respondeu. 

E o Imperador sentido a segurança do palácio aceitou. Depois de partilhada as cartas dadas um flush fez o Imperador sorrir mas entristeceu quando César mostrou o seu straight flush. E tiros começaram de um lado e de outro. César refugiou atrás de um pilar. E o Imperador saiu da sala. 

Ao sair da sala recebeu uma ligação. Ao atender boom, uma explosão. Na hora do jogo Cesar com perícia tinha deitado algo no copo do Imperador quando circulou pela mesa. Um produto bastante inflamável. Com a ligação uma faísca vinda do telemóvel provocou um incêndio. E assim se foi o PCA. Mas César sem munições foi preso. 

Ao leva-lo para fora com os baços algemados na rua os tiros chamaram a tenção do povo que reuniu-se na porta do palácio. E a notícia começou a espalhar entre o povo. Ao aparecer na porta com os pulsos algemados um forte aplauso para César. “Herói”, era o que lhe chamavam. Em sinal pelo sacrifício que iria significar uma mudança nas comunicações com tarifas mais justas, o povo invadiu o palácio donde traziam César. E livram-lhe das mãos dos guardas e este pôs-se a monte. E até hoje este acto é reconhecido com sentimento. Era isto que o povo precisava. Justiça e liberdade era o que faltava….



OBS: este texto é da autoria de Nany Delgado e faz parte do Concurso de Escrita Criativa

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